
Tudo azul para Les Bleus
Pátria de Jules Rimet, pai da Copa do Mundo da FIFA, a França venceu em casa a maior competição do futebol internacional. O verão de 1998 foi inesquecível para os franceses, que levaram o título mundial pela primeira vez pouco mais de uma década após terem sofrido duas eliminações nas semifinais. A competição também foi marcante por contar com oito seleções a mais que nos anos anteriores.
Com 32 países, aumentaram as oportunidades de nações de fora da Europa e da América do Sul. Prova disso foram as estreias de África do Sul, Japão e Jamaica, representando respectivamente a África, a Ásia e a CONCACAF. Os oito grupos de quatro países foram distribuídos por toda a França, mas o local da partida de abertura e da final foi o novíssimo Stade de France, na periferia de Paris. Foi lá que o Brasil, como detentor do título, contou com um gol contra de Tom Boyd e um a favor de César Sampaio para abrir o torneio com uma vitória de 2 a 1 sobre a Escócia.
A grande surpresa da primeira fase foi o fracasso da Espanha, que começou perdendo por 3 a 2 para a Nigéria e empatando com o Paraguai. O selecionado de Javier Clemente depois meteu seis na Bulgária, mas a goleada não foi suficiente, pois os paraguaios derrotaram a Nigéria na mesma noite e se classificaram ao lado dos africanos.
A Romênia ficou em primeiro no Grupo G, à frente da Inglaterra e da Colômbia, mas caiu já na fase seguinte. No Grupo A, o pênalti convertido pelo norueguês Kjetil Rekdal no último minuto garantiu a vitória diante do Brasil e a classificação do país nórdico às custas do Marrocos. O Irã caiu na primeira fase, mas teve como prêmio de consolação um triunfo sobre os Estados Unidos. Os torcedores da Escócia e da Jamaica não tiveram muito para comemorar, mas fizeram um belo espetáculo nas arquibancadas.
Drama em Saint-Étienne
O jogo mais eletrizante das oitavas-de-final foi disputado em Saint-Étienne, entre Inglaterra e Argentina. O primeiro tempo já seria suficiente para entrar para a história: depois de um pênalti para cada lado nos dez primeiros minutos, o ainda adolescente Michael Owen fez um golaço que colocou a Inglaterra à frente, mas Javier Zanetti bateu falta com categoria para empatar no finalzinho.
O jogo mais eletrizante das oitavas-de-final foi disputado em Saint-Étienne, entre Inglaterra e Argentina. O primeiro tempo já seria suficiente para entrar para a história: depois de um pênalti para cada lado nos dez primeiros minutos, o ainda adolescente Michael Owen fez um golaço que colocou a Inglaterra à frente, mas Javier Zanetti bateu falta com categoria para empatar no finalzinho.
Depois do intervalo, os gols deram lugar ao drama. David Beckham foi expulso por dar um pontapé em Diego Simeone e Sol Campbell teve um gol anulado após falta sobre o goleiro antes de a partida ir para a prorrogação e então para os pênaltis. Na última cobrança dos ingleses, o goleiro Carlos Roa defendeu o chute de David Batty e classificou a Argentina.
Já a França deu vários sustos na torcida ao avançar aos trancos e barrancos. Foi somente aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação que Laurent Blanc marcou o primeiro gol de ouro da história da competição para derrotar nas oitavas-de-final a brava seleção paraguaia, liderada pelo carismático goleiro José Luis Chilavert e pelo zagueiro Carlos Gamarra, que atuou boa parte do jogo com o ombro deslocado. Na fase seguinte, os anfitriões pegaram a Itália e foram salvos pela sorte e pelo travessão. Após empate no tempo regulamentar, Roberto Baggio cabeceou uma bola rente à trave nos instantes finais da prorrogação. Nas cobranças da marca penal, Luigi Di Biagio acertou o travessão. Enquanto a França comemorava a chegada às semifinais, a Azzurra lamentava a terceira desclassificação consecutiva nos pênaltis.
Já a França deu vários sustos na torcida ao avançar aos trancos e barrancos. Foi somente aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação que Laurent Blanc marcou o primeiro gol de ouro da história da competição para derrotar nas oitavas-de-final a brava seleção paraguaia, liderada pelo carismático goleiro José Luis Chilavert e pelo zagueiro Carlos Gamarra, que atuou boa parte do jogo com o ombro deslocado. Na fase seguinte, os anfitriões pegaram a Itália e foram salvos pela sorte e pelo travessão. Após empate no tempo regulamentar, Roberto Baggio cabeceou uma bola rente à trave nos instantes finais da prorrogação. Nas cobranças da marca penal, Luigi Di Biagio acertou o travessão. Enquanto a França comemorava a chegada às semifinais, a Azzurra lamentava a terceira desclassificação consecutiva nos pênaltis.
Chuteira de ouro para Šuker
Na semifinal, a França teve pela frente a Croácia, consagrada como a maior surpresa do torneio. Na sua primeira Copa do Mundo da FIFA desde a independência da antiga Iugoslávia, a seleção comandada por Miroslav Blažević fizera 3 a 0 nas quartas-de-final sobre a Alemanha, então campeã europeia. Diante da França, Šuker deu mais um passo rumo à conquista da Chuteira de Ouro adidas ao silenciar o Stade de France com um gol logo no início da etapa final. Poucos instantes depois, o lateral-direito Lilian Thuram escolheu o momento ideal para fazer o primeiro gol da sua carreira pela seleção francesa. Não satisfeito, ainda marcou o segundo e levou o país à sua primeira final de uma Copa do Mundo da FIFA.
Na semifinal, a França teve pela frente a Croácia, consagrada como a maior surpresa do torneio. Na sua primeira Copa do Mundo da FIFA desde a independência da antiga Iugoslávia, a seleção comandada por Miroslav Blažević fizera 3 a 0 nas quartas-de-final sobre a Alemanha, então campeã europeia. Diante da França, Šuker deu mais um passo rumo à conquista da Chuteira de Ouro adidas ao silenciar o Stade de France com um gol logo no início da etapa final. Poucos instantes depois, o lateral-direito Lilian Thuram escolheu o momento ideal para fazer o primeiro gol da sua carreira pela seleção francesa. Não satisfeito, ainda marcou o segundo e levou o país à sua primeira final de uma Copa do Mundo da FIFA.
A outra semifinal foi disputada em Marselha e teve o Brasil diante de uma seleção holandesa cheia de confiança após eliminar a Argentina com um golaço de Dennis Bergkamp. Depois de gols de Ronaldo e Patrick Kluivert, o Brasil venceu nos pênaltis e, assim como fizera em 1994, eliminou a Holanda da briga pelo título.
No dia 12 de julho, como diz a Marselhesa, "o dia da glória chegou". A decisão entre França e Brasil começou com a misteriosa escalação de Ronaldo na última hora após Edmundo ter aparecido na súmula. Em meio a boatos sobre uma suposta convulsão antes do jogo, Ronaldo não foi nem sombra das atuações anteriores. Os franceses, mesmo sem o suspenso Blanc, não demoraram a tomar conta da partida. Duas cabeçadas de Zidane após cobranças de escanteio garantiram uma vantagem de 2 a 0 no intervalo. Apesar da expulsão de Marcel Desailly no segundo tempo, o selecionado de Aimé Jacquet ainda conseguiu o terceiro com Emmanuel Petit em um contra-ataque no último minuto.
No dia 12 de julho, como diz a Marselhesa, "o dia da glória chegou". A decisão entre França e Brasil começou com a misteriosa escalação de Ronaldo na última hora após Edmundo ter aparecido na súmula. Em meio a boatos sobre uma suposta convulsão antes do jogo, Ronaldo não foi nem sombra das atuações anteriores. Os franceses, mesmo sem o suspenso Blanc, não demoraram a tomar conta da partida. Duas cabeçadas de Zidane após cobranças de escanteio garantiram uma vantagem de 2 a 0 no intervalo. Apesar da expulsão de Marcel Desailly no segundo tempo, o selecionado de Aimé Jacquet ainda conseguiu o terceiro com Emmanuel Petit em um contra-ataque no último minuto.
O apito final do árbitro marroquino Said Belqola, o primeiro africano a comandar uma decisão de Copa do Mundo da FIFA, foi o ponto de partida para as comemorações em todo o país. A seleção que representava a mistura multirracial da França moderna havia unido a nação. Mais de um milhão de torcedores lotaram a avenida Champs Élysées e dançaram a noite toda.
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