Brasuca mais 'velho' da MLS sonha com Neymar no futebol dos EUA
Com 177 jogos na Terra do Tio Sam, volante Paulo Nagamura exalta crescimento do 'soccer' de destaca a alta média de público no país
Nagamura veste a camisa 6 (Foto: Divulgação)Até o dia 29 de agosto, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro registrava média de 11.812 pagantes por partida, e os estádios tinham ocupação média de 39%. Tal média é superada de longe pela da liga americana. Até o dia 3 de setembro, a atual edição da MLS contava com média de público de 18.529 e taxa de ocupação de 87,98% - em estádios com capacidade média para 21.059 pessoas.
- O futebol aqui ainda não é o primeiro esporte, mas tem crescido muito e já tem alcançado coisas que ninguém imaginava. A liga, de um modo geral, ganhou mais reconhecimento internacional, melhorias nos estádios, centro de treinamentos, qualidade técnica dos jogadores. Estamos com estádios lotados em todos os jogos da nossa equipe. É um ambiente de futebol brasileiro que estamos vivendo aqui. Hoje em dia, o futebol já está na cultura do país, claro que não tanto quanto o beisebol ou o futebol americano. Mas a torcida vem pra torcer, vaiar, apoiar o time. É gostoso, porque quando eu cheguei aqui em 2005 não tinha isso - declarou Nagamura ao GLOBOESPORTE.COM.
Com uma nova ordem mundial se desenhando aos poucos no futebol, já que centros como a Rússia e a China vêm ganhando força, Paulinho se anima e sonha com o dia no qual a Major League Soccer possa ser transmitida para o Brasil, assim como já acontece com os campeonatos Inglês, Italiano, Espanhol, Alemão, Português, Argentino, Francês e Russo.
- Acho que quanto mais dinheiro for investido, mais interesse vai trazer para o público. Mais jogadores de nome serão contratados. Imagina a MLS com jogadores como o Neymar... Você acha que não iriam assistir aí no Brasil? Com a mentalidade que temos aqui, de ser muito organizado, acho que isso pode acontecer um dia - observou.
Estádio do Kansas City costuma ficar lotado (Foto: Site oficial do Seattle Sounders)Paulo teve papel fundamental na conquista e, mais do que nunca, mostrou porque era chamado de "Kamikaze" pela torcida. Ainda no início da partida, tomou uma pancada que lhe renderia oito pontos no rosto. Então, colocou um curativo, seguiu na partida e acabou tendo a honra de garantir o título para sua equipe: na disputa de penalidades, converteu a última cobrança.
Paulinho jogou a final da US Open Cupcom um curativo no rosto (Foto: Divulgação)
Esta é a segunda vez que Paulo Nagamura tem a chance de comemorar o título da US Open Cup. A primeira aconteceu logo em seu primeiro ano nos EUA, quando vestiu a camisa do Los Angeles Galaxy - time que abrigaria, no futuro, craques badalados como David Beckham e Robbie Keane. No Galaxy também conquistou a MLS do mesmo ano, a única de sua carreira. Depois de deixar Los Angeles, o brasileiro passou por Toronto FC, Chivas USA e o Tigres, do México. Então, recebeu o convite do Sporting Kansas City, equipe com apenas 16 anos de fundação e que era chamada de Kansas City Wizards até 2010.
- Vim para cá porque no ano passado eles já haviam chegado às semifinais da MLS e já tinham uma equipe muito boa. Mas também pelo projeto, pela estrutura, pelo desejo de estar na Liga dos Campeões da Concacaf. O time pensa grande, pensa em ser o maior dos EUA, de ter nome na Concacaf. E vamos passo a passo. Conquistamos a Copa e queremos o “doublé”, que seria ganhar a Liga também.
Brasileiro comemora seu primeiro título nos EUA, com o LA Galaxy, em 2005 (Foto: Divulgação)- Foi o destino mesmo. A oportunidade veio quando eu tava saindo do Arsenal. Estava lesionado e até um pouco desiludido com o futebol. Então, a chance veio. Era uma liga que ninguém conhecia muito, mas foi um desafio que encarei na vida. A liga cresceu e o futebol aqui cresceu. Me ajudou muito passar por São Paulo e Arsenal, e não me arrependo de nada - afirmou, dizendo ter "muitos sonhos" para a carreira, entre eles, chegar ao Mundial de Clubes.
Nagamura já marcou Zidane, na época em queestava no Los Angeles (Foto: Divulgação)
- Tempo ainda dá, mas é muito difícil. No Brasil, você sabe qual é a mentalidade. Por aí, com 30 anos o cara já é velho, enquanto por aqui alguns ainda estão começando a carreira. Já tive algumas sondagens, mas ninguém sabe o que vai acontecer - disse.
*Sob a supervisão de Marcos Felipe
Paulo posa com a taça da US Open Cup (Foto: Divulgação)











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