quarta-feira, 6 de março de 2013

Temporal deixou quatro mortos e rastro de destruição no Rio

A árvore caiu em cima de um carro na Rua Mariz e Barros, na Tijuca
A árvore caiu em cima de um carro na Rua Mariz e Barros, na Tijuca Foto: Fernando Quevedo / O Globo
Gustavo Carvalho e Diego Barreto - O Globo
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A chuva que atingiu o Rio na noite desta terça-feira deixou rastro de destruição e sujeira. Quatro pessoas morreram, outras três ficaram feridas e um adolescente está desaparecido em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Rio e provocaram um caos em diferentes pontos do estado na noite desta terça-feira. No Largo do Machado, no Catete, na Zona Sul do Rio, a polonesa Rosa Magdalina, de 32 anos, morreu após receber uma descarga elétrica. De acordo com guardas municipais, ela passava pelo local quando pisou em uma fiação que estava sob o bolsão d´água e foi eletrocutada. A estrangeira – que havia acabado de se mudar para o Rio – foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu.
A menos de dois quilômetros desse primeiro incidente, outro caso semelhante. Uma mulher, identificada como Raimunda Neves da Silva, também foi eletrocutada quando caminhava pela Rua do Catete. Ela foi levada para mesma unidade hospitalar, onde morreu.
Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o vigia José Rodrigues da Silva, de 48 anos, morreu após uma árvore – derrubada por um raio – cair sobre ele na Estrada do Camorim. Na Baixada Fluminense, agentes da Defesa Civil confirmaram a morte de um homem, vítima de um desabamento no bairro Lote 15, em Belford Roxo.
Já em Cordovil, na Zona Norte, um adolescente de 14 anos desapareceu após cair em um valão durante o temporal. Bombeiros seguiram para o local, mas não conseguiram localizar o jovem. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, a forte correnteza dificultou o trabalho dos militares, que vão retomar as buscas no início da manhã desta quarta-feira.
Pelo menos três pessoas ficaram feridas por causa de desabamentos. A queda de uma marquise na Rua Hadock Lobo, na Tijuca, feriu dois idosos. Conceição da Silva, de 65 anos, e um homem sem identificação foram levados para o Hospital Souza Aguiar. Em Vigário Geral, uma casa desabou e feriu Adriana Ferreira da Silva, de 38 anos. Ela foi levada para o Hospital Getúlio Vargas.
Lixo acumulado dificultou o escoamento da água
Os sacos de lixo postos para a coleta em frente das casas dificultou o escoamento da água durante o temporal. Na Rua das Laranjeiras, no bairro de mesmo nome, na Zona Sul, a enxurrada arrastou o material para os bueiros, impedindo a passagem da água. A via ficou tomada de lixo, principalmente em frente a uma maternidade particular.
O mesmo ocorreu na Rua Haddock Lobo, na Tijuca. Durante a madrugada, cerca de 10 funcionários da Comlurb retiravam o lixo, que também invadiu casas e comércios.
— Em dois anos que trabalho aqui, essa é a segunda vez que vejo uma enchente desse tipo. O mais impressionante foi a quantidade de lixo que invadiu o estabelecimento — contou Luiz Martins, de 45 anos, gerente do tradicional Boteco do Divino, na Tijuca.
Vento forte derrubou árvores e interrompeu fornecimento de energia
Após a tempestade, o prejuízo. Durante a madrugada, moradores da Tijuca – um dos locais mais atingidos pelo temporal – contabilizavam os danos provocados pelas árvores que caíram sobre os carros e sobre a rede elétrica.
Na Rua Mariz e Barros, em frente ao Palácio Maçônico, três carros foram atingidos. Ninguém ficou ferido, mas parte da via teve que ser interditada para a retirada da árvore. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido por volta das 20h. Técnicos da Light trabalham para tentar resolver o problema.
— Estava em uma reunião quando ouvi um barulho muito forte durante o temporal. Observei pela janela e vi meu carro sob a árvore. Sem dúvidas foi perda total — lamentou o empresário.
A poucos metros do local do acidente, na Rua Campos Sales, próximo ao América Futebol Clube, outra árvore caiu sobre um poste, deixando os moradores sem energia elétrica. — Já estamos há mais de cinco horas sem luz. Não aguento mais — reclamou o vendedor Jairo Ferreira, de 32 anos.
Na Rua Felisberto de Menezes, também na Tijuca, uma árvore atingiu o muro Colégio estadual Antônio Prado Júnior e também interrompeu o tráfego na via durante a madrugada.
Aeroporto fecha
Devido ao mau tempo na manhã desta quarta-feira, o Aeroporto Santos Dumont - que abre às 6h - ainda não começou a realizar as manobras de pousos e funciona por instrumentos para decolagens. Até as 7h55m seis voos foram transferidos para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, que opera visualmente. Até as 5h, dos três voos internacionais previstos para o Galeão, dois atrasaram.

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