Antes de pedir ajuda aos integrantes da Força Nacional - que estão no local para garantir a segurança até a instalação de uma UPP -, Andressa havia dado entrada na Maternidade-Escola da UFRJ, em Laranjeiras, sentindo contrações. Durante o atendimento, o médico disse que o bebê não nasceria no dia, então a gestante voltou para casa. Lá, as dores aumentaram.
— Deitamos a Andressa na maca da parte de trás da ambulância, a caminho do hospital, pois percebi que as contrações estavam com o intervalo curto, de dois em dois minutos, e que o bebê podia nascer a qualquer momento — conta o soldado, que estava no ponto base em Santo Amaro quando a irmã da gestante pediu ajuda, por volta das 3h30.
— A primeira sensação é de preocupação. Fui verificar se o cordão umbilical não estava enrolado no pescoço e depois colocar na posição certa para abrir as vias aéreas. Depois de ouvir o choro, foi aquele alívio e satisfação! Agradeço a Deus aquele momento, pois às vezes você passa a vida toda como bombeiro e não tem a oportunidade de fazer um parto. O bebê está marcado na minha história, e eu na história dele. Foi um presente divino!
— Ajudar uma pessoa a dar à luz uma criança é muito bom. Não tenho nem palavras para explicar.
A equipe da Força Nacional que atendeu Andressa foi visitá-la no hospital, no sábado. A mãe ficou emocionada e a irmã, Jaqueline, disse que aquele momento ficará guardado para sempre na memória dela.
Andressa não é mãe de primeira viagem. Apesar de ter 18 anos, esse é o terceiro filho dela:
— O bebê nasceu no meio do caminho. Ninguém esperava. O “policial” ficou nervoso quando pegou o neném na mão. Quando contei para a família que ele tinha nascido, ninguém acreditou, todo mundo ficou bobo.
Andressa estava certa quando percebeu o nervosismo do soldado ao segurar o bebê.
— Logo eu, que evitava pegar bebês pequenos pois achava que não tinha jeito, que podia machucar a criança, acabei fazendo o parto! — disse o soldado Malta, que é de Maceió e chegou no Rio para trabalhar há apenas dois meses.
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